Paulina Almeida

Paulina Almeida
Paulina Almeida

Walter de Almeida

Walter de Almeida
Walter de Almeida

quarta-feira, 12 de maio de 2010

História de uma vida

a História do Circo Irmãos Almeida, na verdade começou na China. José Luís de Almeida (nome que ganhou no Brasil) era de uma família que fazia teatro de rua.Ainda moço veio ao Brasil e foi adotado por uma família de portugueses que morava no Rio de Janeiro. Estamos no século passado, 1890 e como forma de continuar a tradição de sua família chinesa, acompanhou a primeira Companhia de Circo que passou diante de seus olhos.

Como é de costume José Luís casou-se com Maria Carolina e teve cinco filhos no Circo então resolveram montar sua própria companhia que se chamou “ Circo Teatro Urano e depois Morenos”. Um dos filhos,o Diógenes de Almeida casado com Idalina teve três filhos, Alfredo em 1922 (conhecido por todos como Fredô era o palhaço do Circo), Walter em 05 de Fevereiro de 1925 e Abegair em 1927 (conhecida com “Nhá Tica) que era muito engraçada, provocava crise de gargalhadas nos espectadores com sua verve humorística que, continuaram a vida artística, batizaram a Companhia em 1950 com o novo nome de “ CIRCO TEATRO IRMÃOS ALMEIDA, que levava espetáculos, quase, que, diariamente despertando um sentimento faimliar em relação a todos os seus artistas”.

Walter nasceu em 05 de Fevereiro 1925, na pequena cidade de Marcondezia-SP Quando por ali passou o Circo de sua família, seus pais Diógenes e Idalina eram artistas e Walter seguiu a mesma trilha. A sua primeira aparição em cena foi aos 03 (três) meses de idade, quando em uma das pantomimas como eram chamadas as peças de teatro.

Com apenas 05 anos de idade iniciou sua carreira circense como trapezista. Aos sete anos formou uma dupla caipira com Hermógenes Xavier, intitulada como Maquininha e Zé da Maria Cumprida. Walter era conhecido como maquininha pela sua maneira rápida de saltar. Sofrendo grave acidente quando exibia em um número da escada escabólica tendo ficado 72 horas entre a vida e a morte deixou de ser trapezista para tornar-se ator e cantor.

Walter era sempre o ator requisitado para fazer papel de galã, e o fazia muito bem, tinha conhecimento de postura e movimentos no palco que fazima inveja, trabalhando como ator em todas peças que levaram ao palco.

Naquela época eram representados os grandes clássicos dramalhões até o tragi-cômico com muita classe e perfeição, fazendo assim todos os espectadores nos momentos mais dramáticos saiam aos prantos do Circo.

O Circo Teatro Irmãos Almeida fazia temporada no Brasil todo, de Goiás ao Paraná, do Rio Grande do Sul à Minas Gerais. Ficou mais tempo no estado de São Paulo e transferiu-se definitivamente para Campinas em 1960, onde compraram um terreno para o Circo que, aos poucos, pelo sucesso crescente transformou-se circo fixo chamado também de Pavilhão Teatral Irmãos Almeida, também fazendo sucesso durante 10 anos, o programa “ A Hora do Circo” , na rádio Educadora.

Todos atores e atrizes tinham mérito porque representavam bem, mas sobretudo porque eram pessoas humildes, lutando para sobreviver e encantavam com a pureza de suas almas o “ respeitável público” que não arredavam o pé do Circo, chovesse ou não. Era época de candura, beleza e principalmente sensibilidade, onde a platéia participava com coração, assistindo maravilhada o transcorrer das peças qual fossem novelas televisivas.

Nas apresentações haviam sempre novidades, com muitos artistas de renome: a famosa dupla de cantores” Cascatinha e Inhana”, Tonico e Tinoco, Oscarito, Mazzaropi, Alvarenga e Ranchinho, Os trapalhões, Dede, Didi, Mussum e Zacarias, Cauby Peixoto, Luís Gonzaga, Vicente Celestino, o cantor Paulo Sérgio , Elke Maravilha, e até “ A Caravana do Peru que Fala” com Silvio Santos

O Circo para sobreviver se dividiu em 02 pavilhões, um era semi- estrutura alumínio e o outro de lona confeccionada pelos próprios artistas, dirigidos sempre por Walter e seu irmão Fredô.

Walter aponta que umas das principais diferenças do circo contemporâneo e o de décadas passadas é a diversidade da programação. “ Ficávamos de três a cinco meses em cada cidade e havia um programa novo toda noite.” No repertório pelos menos 100 peças precisavam estar bem ensaiadas e prontas para serem interpretadas.

As principais peças teatrais que marcaram a época, quando não havia ainda televisão são: “ Honrarás tua Mãe”, “ E o Céu Unius Dois Corações, de Antenor Pimenta, “ Mestiça”, Ah!Mestiça, onde Walter cantava... Mostraram-me um dia; na roça dançando;Mestiça formosa...com a participação de Abegair (Nhá Tica) sua irmã que fazia a lindíssima mestiça; “ Rosa do Adro”, Sílvio, o Cigano”, “ O Direito de Nascer”, “ Lágrimas de homem”, “ Carnaval no Rio” (revista) , “ A Noite do Riso” (revista), “ Casamento de Fredô” (comédia), “ Marcelino Pão e Vinho”, com a participação do filho de Walter, o Abério atuando como Marcelino, “O Cangaceiro”, “Jesebel”, “ Três almas para Deus”, “Os Irmãos Corsos e tantas outras.

Quando vieram as novelas de rádio, o circo passou a adaptar os roteiros e encená-los , peças inesquecíveis , Escuta a minha canção. Na época o teatro brasileiro não tinha grande expressão, o circo era a grande diversão das massas.

Walter casou em 17 de Fevereiro/1947 com uma moça “ da praça” da cidade de Indaiatuba-SP, como era chamado quem não fazia parte do circo, Paulina Pachelli de Almeida que deixou sua terra Natal e seguiu junto com o Circo e se tornou uma grande artista e tiveram 04 filhos.

Walter com muito trabalho conseguiu colocar os filhos na escola e todos com título universitário, um de seus filhos chamado Abério Diógenes de Almeida formado em Agronomia foi um iniciadores da agricultura orgânica, na época desacreditada nos meios científicos recebeu no dia 07/12/1983 o prêmio Jovem Cientista com o tema produção de alimentos sem utilização de agrotóxicos com enfoque na agricultura orgânica, melhoramento do solo e recuperação de áreas áridas entregue pelo Excelentíssimo Presidente República General João Batista Figueiredo.

Já estamos agora em 1960, quando os Almeida transferem-se definitivamente para Campinas, onde compraram um terreno para o Circo que, aos poucos pelo sucesso crescente transformou-se também num circo fixo chamado também de “ Pavilhão Teatral Irmãos Almeida, anos depois desfixado, mas sempre na região de Campinas.Aqui também fizeram durante 10 anos, o programa, “ A Hora do Circo”, na Rádio Educadora.

O Circo Teatral Irmãos Almeida atuou até o ano de 1975. Com a chegada de novos tempos e principalmente devido a concorrência promovida pela televisão não havia perspectivas de continuidade com a programação circense e sem ajuda do Ministério Público ligado a cultura e arte, sem estímulos que apóiem e garantem a sobrevivência desta arte milenar.

No palco da vida temos que representar nosso papel ora trágico, ora cômico, rindo ou chorando, amando ou sendo amados! O Circo não pode acabar, o artista nunca morre, porque ele é eterno e vive sempre representando dentro de cada um de nós.

Felizes daqueles que puderam participar desta trajetória maravilhosa do Circo que deixou saudades e lembranças inesquecíveis.

E que o eco da voz do Walter de Almeida continue falando alto em nossos corações. Assim, bem alto e musicado como quando encerrava o espetáculo “ Ó, Ó meu povo amigo, Ó Boa Noite! Até Amanhã! Que sonhes comigo, é meu desejo, é meu afã!

Como é belo como é ditoso, ser querido ser desejado por um povo mui generoso cujo aplausos nos são sagrados.

Fredô ( o palhaço) cantava: Eu também voume-já contente satisfeito com a alma sã vou dormir com um inocente Ó Boa Noite até amanhã. Ó, Ó, Ó meu povo amigo, BOA NOITE!!!!!!

*Entre as pessoas importantes do mundo teatral da época assinaram o troféu João Fida, Clara Oliveira, Ferreira Neto Bráulio Mendes Barro 1955;

Escola de Samba Unidos de Indaiá sagrou-se campeã do Carnaval de rua de 1986 o samba enredo com o tema do Circo Teatro Irmãos Almeida

Circo Popular do Brasil dirigido pelo ator Marcos Frota homenageou Walter Almeida em 27/03/1994 que foi entregue pelo palhaço Mexirica tradicional da família Alciati;

Medalha Carlos Gomes 14/07/1996;

Troféu Dia do Circo/1996, “ O maior Espetáculo da Terra” homenagem a sua dedicação as artes circenses e à alegria das crianças, ganhou da Secretaria Esportes e Turismo do Estado de São Paulo

“Troféu Picadeiro”, Comissão de Circos, menção honrosa a Walter de Almeida pelos relevantes serviços prestados à classe circense 31/03/1997,

” Sua majestade o Circo” em 1997 montaram no Teatro Arena do Centro de Convivência especialmente para o evento, duas peças do antigo Circo-Teatro: a comédia “ A menina Virou ou “ Diabo perdeu o rabos” de domínio público circense e o drama “ A decadência do Ébrio” de Vicente Celestino e Gilda de Abreu, com participação especial dos netos, Ana Paula de Almeida e Abério Diógenes de Almeida Junior* Maio Musical/04 realizado na cidade de Indaiatuba-SP homenageou o Circo Teatro Irmãos Almeida;

A apresentação no teatro de Arena do Centro de Convivência foi um sucesso de público contendo muitos fãs da época enfatizando que o nosso circo marcou muitas famílias na cidade de Campinas e Região.

O Circo nos dias de hoje perdeu pontos especiais não tem mais local adequado que a cidade de Campinas ofereça ao Circo , não tem apoio da Prefeitura e do Estado.